domingo, março 27, 2005

Senhoritas!

Estava eu em mais uma viagem de Paranjana, quando percebo que sentadas a minha frente estavam duas senhoritas. Até ai tudo normal, foi então que dei fé que uma delas trazia um envelope pardo como a cara delas nas mãos. Carregava-o como se fosse o mapa da mina ou algo parecido. Mas era, só descobri isso depois.
Não me contive, virei uma girafa, estiquei meu pescoço ao máximo e li o remetente, Departamento num sei do que da Itália. Minhas anteninhas de vinil se ouriçaram. A que detinha o poder, ou seja, o envelope, talvez por pressão minha o abriu.
Havia 2 documentos, algo que dizia que elas poderiam ficar por 3 meses na Itália e 2 passaportes! Tudo escrito em italiano. Elas estavam tão felizes. Também não era pra menos, pegaram 2 bestas! Só espero que não apareçam no noticiário como desaparecidas ou como vítimas de exploração sexual! Sarcasticamente, eu acho que elas só podem é gostar disso!

E por falar em senhoritas, lembrei-me de uma conversa que ouvi certa vez na topic 57. Quando passávamos em frente à boate Barbarela, antiga Bumbum Dance, uma senhorita diz para outra: Ah, mulher, minha irmã tá trabalhando ai! E a outra: Como ela conseguiu mulher? A primeira responde: se eu fosse tu nem tentava mulher. Eu que sou eu não consegui!
Eu quase morro por ter prendido talvez a maior gargalhada da minha vida. Vale salientar que as duas juntas ainda eram mais feias que o ET pelo avesso. Isso é que é concorrência!

Beijos na ...

sexta-feira, março 25, 2005

O coelhinho da páscoa não sabe meu endereço

Cheguei a essa conclusão quando tentava me lembrar a última vez em que recebi um ovo de páscoa.
Aquele coelho imundo esqueceu onde moro, só pode!
E não vale dizer que é porque moro longe que não é.
Eu sei que ele tá de sacanagem com a minha cara.
Ele deve ter se juntado ao Papai Noel.
Aquele velho bocó que há séculos não passa aqui no Natal.
Devem ter feito um complô contra mim!
Mas o quê que eu fiz pra essas criaturas simplesmente me ignorarem?!
Sou uma menina tão boazinha. : )
Em fim, não vou ficar aqui chorando migalhas, que, aliás, nem o cheiro das migalhas de chocolate eu senti esse ano, vou é botar umas orelhinhas pontudas e, sem que eu perceba, dar-me um gostoso chocolate!
Nham nham!
Já pensou eu com aquele rabinho de tufo de algodão, com uns dentinhos salientes e pulando feito doida com uma cenoura na boca! Que tesão!
Mas tem um problema, detesto cenoura!

Beijos na...

domingo, março 20, 2005

Coisas boas da vida - Parte I

É bom quando alguém lhe escuta.
Escuta só porque é você quem quer dizer algo, apenas dizer, sem receber conselho em troca.
É bom quando alguém fica perto de você só por estar, pra dar segurança.
Pra ser um ombro onde chorar ou subir pra tirar uma goiaba do pé.
Pra ser ouvidos pra ouvir aquela piada sem graça ou alguma lamentação.
Está com você porque, de algum modo, você é especial.
Especial só porque você gosta da outra pessoa descompromissadamente.
Gosta e pronto, sem motivos, ou por todos os possíveis motivos.
É bom quando alguém lhe olha, apenas lhe olha, sem ser com aquele olhar de arrancar pedaço, mas com aquele de quem tenta ler a alma.
Olha pra decorar cada parte do rosto, cada feição, cada gesto, tentando entender o significado de um simples levantar de sobrancelha ou de um breve suspiro.
É bom quando alguém lhe faz rir tanto que dói a barriga.
É bom quando alguém lhe faz carinho na medida certa, sem ser pegajoso.
É bom ser lembrado.
Sei la, você se sente especial por mais besta que seja o motivo da lembrança.
É bom ter amigos.
É ótimo conhecer novas pessoas, ainda mais quando são muito diferentes de você.
E é melhor ainda conhecer alguém parecido com você, assim você se convence que não é o único louco do mundo!

Beijos na ...

terça-feira, março 15, 2005

Vive la France!

Ser francês deve ser muito chique.
Meu professor disse que eles carregam o pão, que também é francês e para nós não passa de um carioquinha básico, debaixo do sovaco! Isso sem nem uma sacolinha ou um mísero pedacinho de papel, dá pra acreditar! Mas deve ser isso que faz do pão francês o mais famoso.
Para eles o melhor e mais gostoso queijo é o queijo mais fedorento, nam! Comida pra mim tem que ser cheirosa. Ai ai, isso é que é gente civilizada.
O bairro das mulheres de vida fácil é o tal Moulin Rouge, que traduzido significa Moinho Vermelho, a troco de quê? Não sei. O que será que essas cidadãs moíam lá hein? Mas que é chique é.
E o equivalente ao nosso Beco da Poeira, que já foi elevado a Shopping Beco, lá se chama Mercado das Pulgas! Em bom francês, Marché aux Pulces. Escolha: ter uma crise alérgica em Fortaleza ou ser mordido por pequenos aracnídeos em Paris. Pulgas mordem? Que chique, as francesas devem morder.
E o que dizer do beijo francês – french kiss. Deve ser tudo de bom, ainda mais se for em um nativo, aliás, com um nativo da terra da língua mais sedutora do mundo. Uh la la!
Queria conhecer um francês pra saber se é verdade a lenda do perfume. Dizem que a França tem os mais famosos e caros perfumes dada a resistência que seus cidadãos têm ao banho. Não tomar banho na França é chique, aqui no Brasil tal conduta é imundice.
Vive la France! Allez le bleu!
Mas o cream de la cream é um homem falando francês!
Rapazes, aprendam!

Beijos na ...

sexta-feira, março 11, 2005

Aqui vai mais uma de uma viagem ...

Após horas cortando estradas e passado já muito mato, paramos para almoçar num restaurante que não lembro o nome que fica em cidade que também não lembro o nome, mas o acontecido não esquecerei jamais, dado o quesito pitoresco para não dizer trágico envolvido nesta narrativa.
Ufa!
Imagine só, o Mauricinho pára – era assim que chamávamos carinhosamente o novo ônibus destinado às viagens técnicas, o antigo atendia pela alcunha de Caquinho – e descem quase vinte mulheres e uns meninos gatos pingados. Todas estas loucas, desesperadas, agoniadas para irem ao toalete. Um segundo depois já estava formada uma fila do lado de fora do salvador da pátria – o banheiro.
Chega a minha vez.
Eu, com toda minha delicadeza que me é característica, num rompante de sei lá o que, profiro em alto e bom tom a seguinte locução: “Tem alguém cagando aí é?”.
O silêncio paira. Quebrado apenas pelos risos contidos das meninas que esperavam sua hora de intimidade com o vaso.
Saio do recinto e indago quem estava dentro da cabine do banheiro. A resposta não poderia ser mais inesperada. Era a professora!
Naquele momento soube o que significa a expressão “procurando um buraco pra se esconder”. Fui longe atrás desse bendito buraco!
Mas felizmente, imagino eu, a tia Juju não reconheceu minha voz de soprano, ou usou de sua educação por nós duas e não mencionou nada a respeito do ocorrido.
Isso foi pauta de muita risada entre as meninas, mas desde aquele dia nunca mais perguntei coisas do tipo sem saber de quem se tratava estar no privativo.

Moral da história
Nunca pergunte quem está cagando quando adentrar num toalete porque a pessoa que está suando pode te responder!

Beijos na ...

domingo, março 06, 2005

Trilha sonora

Quando ela o viu pela primeira vez não deu a mínima, e nem o trabalho de decorar seu nome, acho que naquela ocasião nem havia escutado nada do que ele estava falando. Porém, a partir de um determinado encontro inusitado no corredor – se é que se pode colocar dessa maneira -, a partir de uma primeira troca de olhares, ela começou a ver algum sentido nas idas à Faculdade.
Mas ele era muito difícil, mal se viam. Quando isso acontecia, ah ela ouvia sinos, ouvia aquela música chatinha do Kenny G., seu coração disparava, não conseguia parar de sorrir, em resumo, parecia uma colegial idiota quando se vê apaixonada pelo professor de ciências. Ela, logo ela, tão bem resolvida, ao menos aparentemente, mas porque ela? A verdade é a seguinte, o sentimento não as escolhe, apenas tem vítimas.
Vou apresentá-lo. Um rapaz alto, magrinho, com um cabelo que aparentava não ver uma tesoura há uns 4 meses! Com tudo isso tinha um olhar, o olhar, penetrante, quente, intrigante, indescritível quando se fixava por mais de um segundo. Foi esse cara, normalzinho, básico que a tirou dos trilhos por uns três meses.
Foi então dar uma de detetive, já que apenas sabia que ele era do mesmo curso. A jornada foi longa, em busca de informações, mas viva à Internet e às pessoas desocupadas que não têm o que fazer e nessas horas são incrivelmente prestativas. Num domingo puxou a ficha do menino, que atendia pelo nome de Chiquim. Na segunda seguinte, divulga-se pela Faculdade uma semana de palestras e oficinas, quando vai se informar, adivinhem quem iria ministrar uma das oficinas, isso, ele mesmo!
Ela foi ao céu e voltou! Mas caiu logo porque quando foi, desesperada, se inscrever, não havia mais vaga pra oficina do dito cujo! No outro dia, uma amiga pára nossa garota no corredor e pergunta porque ela estava tão aérea. Ela responde que estava imaginando coisas, então sabiamente aproveitou pra pedir uma segunda opinião sobre ele. Indagou: - Você conhece o Chiquim? E a amiga respondeu: - Aquele alto, que é super galinha? Nossa senhora, imagine agora uma navalha rasgando você inteiro. Foi assim que ela se sentiu.
Viu na sua frente desmoronar toda a fantasia, ao invés de Kenny G. ouvia agora o tema de Psicose. Então continuou o interrogatório. - Ele tem namorada? - Não, aquele sem vergonha não quer nada sério com ninguém não, ele fica com qualquer uma que der mole pra ele. Não acredito que você está afim dele? - Estou! Teve que se render e dizer a verdade. - Ele não vale a pena, continuou a amiga, a não ser que ele tenha mudado ou então que você o regenere. A verdade é que as meninas querem é distância dele.
Naquele momento passou um outro filme de terror na cabeça dela, mas nesse caso era sua biografia. Poxa vida, porque logo com ela, perguntou-se novamente. Ela soube disso hoje e amanhã provavelmente irá vê-lo no corredor. Acho que ela deve esperar pra ver qual será a trilha sonora durante o “encontro”, pra então decidir o que fazer!

Beijos na ...

quinta-feira, março 03, 2005

Eu tenho a força, duvida?

Era uma vez um cara que estava no seu terceiro dia de trabalho como segurança de um supermercado. Até ai nada de outro mundo, mas o fato imundo que estava por acontecer ninguém esperava.
Tenta entrar no novo local de trabalho do rapaz um “cidadão” com uma empáfia que se fosse medida na escala Rishter – não sei como se escreve esse nome – extrapolaria o limite máximo permitido. Porém, o mercantil estava fechando as portas e o gerente não permitiu, ao menos a princípio, a entrada do cliente altamente alterado.
Tal ser pensante (essa frase pode ser contestada) identificou-se como juiz e como estamos num país onde você não é respeitado pelo que é e sim pelo que representa e pela carteirinha que trás no bolso (no caso a da OAB) o gerente permitiu a entrada do Sr. Perci para que este fizesse suas comprinhas.
Feita a feira, ele retorna ao seu carro, que deve ser um Fusca 75, e pega uma arma de fogo. Volta ao supermercado e aborda o segurança que somente fazia o seu trabalho. Mal sabia ele que aquele rosto, aquela cara de monstro seria a última que ele veria.
O Senhor-lei põe o revolver no pescoço do segurança e dá um disparo, único e suficiente para que os colegas do funcionário vissem, escapar pelos poros, a vida de um cara que saiu de uma coluna das estatísticas para entrar em outra; passou de ex-desempregado para vítima da violência gratuita.
O agressor: um juiz! O cara que tem o poder de julgar quem vive e quem morre. Poder esse dado de bom grado pelas autoridades máximas do nosso país. País esse que se auto-mutila quando uma pessoa desequilibrada como essa deixa cair a máscara e mostra quem realmente bate o martelo.

Estou indignada porém não deixo de mandar ...

beijos na ...

 
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