quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Não existe amor

O que existe são provas de amor, como diria o Titã Miklos.
Não se pode definir o amor e sim demonstrar o amor
Não se escolhe amar alguém, apenas ama-se.
O amor é incondicional.
Talvez por isso está sempre ligado a dor.

Dor e amor.
Há alguma relação mais contraditória e fraterna entre dois vocábulos?
São inerentes, indivisíveis, conseqüentes, pertencentes ao homem.
Amor não se diz, apenas se sente.
Não é refletido no sorriso e sim nos olhos.
Sim, nos olhos.
Apesar de não ser possível vê-lo, ele transparece sem esforços.

Beijos na ...

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

É bem ali !

Essa frase ainda me causa calafrios sempre que a escuto.

Certo dia, dessa vez, realmente, em João Pessoa, fiquei encarregada de comprar pão para preparar o lanche da manhã seguinte. Tinha para realizar tal tarefa até as onze da noite, detalhe, já eram mais de nove!
Então começa minha peregrinação. Lógico que não fui só. Convenci uns companheiros solidários a minha causa, ai deles se não fossem, até porque a merenda era tanto deles como minha, sendo assim os pães eram do interesse geral da nação.
Entrei em contato com um nativo e indaguei a respeito de algum lugar que vendesse a hóstia, de tão . E ele de pronto me responde: - Ah, tem supermercado por aqui sim, é bem ali! Só de digitar a frase me arrepio!
Fomos na direção indicada e a avenida na qual teria um supermercado quase não tinha fim. Para nosso desespero ela teve e em toda sua extensão nem sinal de algo parecido com um mercantil.
Dobramos a direita em outra avenida, onde dessa vez teria na certa uma filial do Seu Abílio, garantiu um outro aborígine, terminado a informação com a dita frase: - É bem ali!
A agonia já tomara conta. Eram mais de meia hora andando sem descanso e com salto alto! Vi uma luz no fim do túnel. Ela atendia pelo nome de Posto de gasolina.
Em Fortaleza, em qualquer loja de conveniência de posto de gasolina vende pão! Não sei porque a atendente do estabelecimento em questão me olhou com uma cara de quem achava que eu estava contando alguma piada, dada a minha naturalidade. De fato lá não vendia pão.
Lá vamos nós para a quarta estação da via crucis. Eis que avistamos um oásis. Era o tão procurado Supermercado. Nunca fiquei tão feliz de ter que pegar um carrinho e encher com 4 pacotes de pão.
Demos meia volta porque tínhamos perdido muito tempo. Andávamos tão rápido que os pés batiam na bunda! Chegamos em frente a porta do ônibus exatamente às 23:01, ou seja, um mísero minuto atrasados, mas com os pães em mãos. A Solange, professora responsável por nós, não dispensou, cantou a musiquinha podre do atraso.
Fiquei com tanto ódio daquela criatura que fui me sentar lá trás, bem longe das homossexualidades dela. Nossa, só de me lembrar o esforço que foi achar os pães e me vem ela com mongolice, o sangue me sobe a cabeça!
Era bem feito que eu não tivesse achado pão nenhum. Queria ver ela comer somente a salsicha do cachorro-quente, sem pão nenhum. Ela sim ia adorar.

Dica - Sempre que você ouvir essa frase: “É bem ali”, fique com os dois pés atrás, certifique-se que o ser falante não é natural da Paraíba - sem preconceitos - visto que lá, o significado é um tanto quanto diferente do habitual.

Beijos na ...

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

E o sorvete não valia a pena!

Olha o carro do sorvete!
Oito bolas de sorvete por um real!
Já temos a vasilha!

Rebole o primeiro paralelepípedo quem nunca ouviu tais frases urradas insistentemente!

Bem, o fato é que o aparecimento do veículo em questão quase teve um final trágico.
Certa tarde, quando todos aqui em casa já haviam tomado banho e almoçado, ouve-se um berro mega-fônico bradando uma promoção imperdível! Minha mãe correu, juntou um real de moedas e enquanto eu pegava a vasilha, pois mamãe não confiou na higiene do recipiente oferecido, meu irmão tratava de parar o dito carro.
Tinha de abacaxi, morango e coco. Misturaram-se todos os sabores e no fim do pote restou apenas uma água meio babenta. Todos ficamos satisfeitos. E, mais ou menos uns 40 minutos depois, senti falta de Colombina – cachorra de um tio que está atualmente residindo no mesmo endereço que eu, a cachorra apenas, não meu tio.

Procuramos em todos os locais possíveis e até os impossíveis, tipo os vasos sanitários, e nada da cachorra. Bateu o desespero! Foi então que meu irmão lembrou que no alvoroço da compra da delícia gelada havia deixado os portões abertos. Não deu outra, a cadela mirim empreendeu fuga.

Fomos atrás da dita cuja. Espalhamos pela vizinhança fofoqueira que fez às vezes de detetive. Não menos 10 minutos depois lá vem um menino, caixeiro da bodega à esquina da minha rua trazendo em suas entranhas a fugitiva procurada.

Nos sentimos aliviados, pois fazia apenas 10 dias que meu tio, o dono e pai da referida cadela, viajara para morar em Brasília e não o agradaria saber que os atuais tutores foram tão beréis a ponto de se deixar inebriar pelos gritos do sorveteiro teimoso e convincente.

Vale salientar que o sorvete supra citado é uma bosta!
Depois apresento Colombina.

Beijos na ...

sábado, fevereiro 12, 2005

Juro que foi só um!

Um dia desses, passeando pelo iogurte¸ vi uma comunidade intitulada Assassinos de Pintinhos. Nunca havia me identificado tanto com o tema de uma comunidade! Calma, não pensem horrores de mim. Vou contar a história. Vale lembrar que eu só tinha 10 anos quando aconteceu.

O PRIMEIRO ENCONTRO – Eu tinha ido de férias pra casa na serra de um tio meu. Na casa dele havia um quintal enorme, cheio de bichos e plantas. Dentre os bichos, havia umas galinhas e muitos pintinhos. Mas tinha um que era um porre! Parecia que o desgraçado tinha engolido um megafone, pois piava no mais agudo e estridente tom. Além disso, o danadinho endoidou a me seguir. Pra onde eu ia o merdinha ia atrás.

A MORTE – Eu já tava cheia daquele pinto chato e não sabia o que fazer pra ele parar. Então surge na minha frente um balde cheio de água. Minha mente maléfica raciocinou a mil por hora. De supetão peguei o pinto e mergulhei o serzinho dentro do balde. Retirei. Ele ainda tava piando. Repeti a operação. Continuava a piar. Fiz isso umas 6 vezes até que ele parou. Senti-me tão realizada que me deu fome!! Então deixei o cadáver boiando e fui comer.

O CASTIGO – De tanta fome que eu tava comi a primeira coisa que me apareceu pela frente (não foi o pinto morto não viu). Eram umas frutinhas vermelhinhas muito bonitinhas. Enchi minhas mãos com elas e levei a boca umas 5 duma vez. Mastiguei com todo gosto! No mesmo instante senti meu tubo digestivo inteiro pegar fogo! Aquelas inocentes frutinhas eram pimentas de cheiro! Nunca meus irmãos riram tanto de mim. Passei quase uma semana para voltar a distinguir o sabor dos alimentos.

LIÇÃO – Coma antes de pensar em assassinar um pintinho.

Beijos na ...

sábado, fevereiro 05, 2005

É bom quando chove a noite

Dormir com aquele friozinho é o que há
Acordar com o ar gelado
Botar os pés no chão e tomar um susto
Abrir a janela e se espantar com aquele ar acinzentado
Ir lá fora e ver aquela terra molhada
Sentir o cheiro da terra molhada
Tomar chocolate quente

Sendo que tudo isso fica melhor ainda quando se está acompanhado
Você muitas vezes nem chega a sentir frio
Se disser que o sente é só pra fazer charminho
Para que a outra pessoa fique bem próxima de você
Quase como se fossem um
Como se fosse um o cobertor do outro
Realmente assim ninguém sente frio
Mas é muito bom quando chove a noite

Beijos na ...

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Não era peito de frango? - A primeira de muitas

Chegamos em João Pessoa já de noite e fomos direto para o restaurante jantar. Até ai tudo bem, estávamos morrendo de fome!
O lugar era muito mal iluminado e os banheiros eram um tanto quanto peculiares. O que separava as cabines era apenas um murinho de mais ou menos um metro e as portas eram cortinas de chita, para os mais chegados em coisas exóticas, tal recinto é uma boa pedida!
Eu, enjoada como de costume não apreciava o cheiro de cozido que vinha das panelas. Mas tinha algo frito que pensei ser frango, mas não era, era carne de porco e sou alérgica - primeira ilusão de ótica provocada pela má iluminação -, então fiquei num puta dilema pra saber o que comer já que cozido nem pensar e carne de porco menos ainda.
Foi ai que vi um macarrão anêmico e logo a seu lado uma vasilha cheia de um suposto queijo ralado - segunda ilusão de ótica.
Meus olhos marejaram, estava ai minha solução. Bastava pedir um catchup na cozinha e o meu jantar estaria garantido!
Como alegria de pobre dura pouco, quando me sentei à mesa para degustar aquela invenção mandarim popularizada pelos italianos e fez-se luz onde eu estava, pasmem, percebi que meu prato, com mais ou menos 560 gramas de comida, estava lotado de macarrão com farinha! Isso, farinha de mandioca, o tal queijo ralado não passava da mais branca e torrada farinha de mandioca! Quase que eu tenho um troço! Nem que eu quisesse e por mais cearense que sou poderia comer aquela farta porção de macarrão com farinha!
E pra terminar a história, eu, indignada, comentei com meus companheiros de viagem sobre a primeira ilusão de ótica, um amigo que acabara de se fartar de “peito de frango”, olha firme e estaticamente pra mim e faz a seguinte pergunta limpando os cantos da boca: - Não era peito de frango isso? Se referindo a carne.
O silencio pairou por uns 10 segundos e todos caíram na gargalhada!
Depois conto mais das minhas aventuras com o pessoal do CEFET nas nossas viagens técnicas. Oh saudade!

Beijos na ...

 
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